quarta-feira, 4 de maio de 2011

ASSÉDIO MORAL NA IGREJA: PRÁTICA NEFASTA QUE URGE COMBATER

Recebi o artigo abaixo, do Rev. Derli Machado, achei muito pertinente, por isso estou postando no blog. Essa prática está presente em nossas igrejas produzindo muitas vítimas. Para um bom tratamento torna-se necessário um bom diagnóstico, portanto após a leitura, veja se você não está praticando tal procedimento, se for o seu caso, procure mudar sua atitude. Boa reflexão.

O assédio moral vem a ser caracterizado como um comportamento que utilizando técnicas de desestabilização, conduzem o indivíduo a um estado de desconforto psíquico que pode evoluir para a irritação, estresse e até mesmo depressão. Isto pode ocorrer na família, na vida social e dentro de empresas. Evidentemente, numa instituição religiosa (igreja), onde seus membros são “salvos”, as possibilidades da ocorrência do assédio moral são “minimizadas”, certo? Errado! Errado! Infelizmente tem sido “maximizadas”, ampliadas, e o risco de alguém ser vitima de tal pressão são aumentativas, especialmente os envolvidos em cargos de liderança. Infelizmente essa violência perversa cada vez mais atinge as igrejas.

METODOLOGIA: os moralmente perversos utilizam as mais variadas técnicas: os subentendidos, alusões malévolas, a mentira, humilhações. Por meio de palavras aparentemente inofensivas, alusões, sugestões ou não-ditos, é efetivamente possível desequilibrar uma pessoa ou até destruí-la.

1ª) A primeira fase do assédio consiste em DESESTABILIZAR a vítima. É toda e qualquer conduta abusiva manifestando-se, sobretudo por comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer dano à personalidade, à dignidade, ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa. Em seguida esses ataques vão se multiplicando e a vítima é seguidamente acuada, posta em situação de inferioridade, submetida a manobras hostis e degradantes durante um período maior. É a repetição dos vexames, das humilhações, sem qualquer esforço no sentido de abrandá-las, que torna o fenômeno destruidor. Assim acossada, a pessoa não consegue manter o seu potencial. Ela é estressada, crivada de críticas e censuras, para que se sinta seguidamente sem saber de que modo agir.

2ª) A segunda fase do assédio consiste em DESQUALIFICAR a vítima. Subentendidos, alusões desestabilizantes ou malévolas, observações desabonadoras. Pode-se assim levantar progressivamente a dúvida sobre a idoneidade, a honra, a competência, pondo em questão tudo que ele faz ou diz.

3ª) A terceira fase do assédio consiste em DESACREDITAR a vitima. Para pôr o outro para baixo, é ridicularizado, humilhado e coberto de sarcasmo até que perca toda a autoconfiança. Geralmente usa-se a calúnia, a mentira, tudo de modo que a vítima perceba o que se passa, sem que possa, no entanto, defender-se.

A VITIMOLOGIA – uma pessoa que tenha sofrido uma agressão psíquica como a do assédio moral é realmente uma vítima, pois seu psiquismo é alterado de maneira mais ou menos duradoura.

CONSEQUÊNCIAS: As consequências “emocionais” e “espirituais” desse estado de coisas para uma igreja não devem ser negligenciadas, já que a deterioração do ambiente provoca uma diminuição importante da eficácia ou do rendimento do grupo.

A IMPUNIDADE: O que tem contribuído para o crescimento dessa prática no seio da igreja é, sem dúvida nenhuma, a certeza da impunidade. Se na justiça comum isso já vem sendo tratado como crime (com pena que vai de indenização por danos morais e até prisão), na igreja não se trata nem como pecado. O assédio moral está totalmente liberado. Isso é desmoralizante, para não dizer, uma vergonha. Está na hora de combatermos esse mal, e com coragem, fazermos justiça, afinal, segundo Jesus “a nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus”. Os sindicatos e organismos que atuam em defesa de trabalhadores desenvolvem campanhas para informar o que é o assédio moral, como ele ocorre, as formas de combatê-lo etc. No entanto, vimos identificando no meio evangélico certas resistências ao combate desse fenômeno, representada pela ausência de reflexão crítica dos seus membros, do corporativismo, do compromisso com as amizades, não com a verdade; com as conveniências, não com as evidências. Daqueles que escolhem o silêncio da covardia em detrimento ao grito da coragem. Preferem o distanciamento, em vez do posicionamento.

As Igrejas deveriam ficar atentas ao problema e combater biblicamente todas as formas de assédio moral que possam atingir os seus membros. Respeito é bom, e todo mundo gosta.

Rev. Derli Machado